Verona

Deixo Veneza com gosto de querer voltar. Afinal, não consegui aproveitar muito. Saio da cidade símbolo do romantismo e vou para a cidade símbolo do amor. Nossa, deixa pra lá isso.

Bom, os responsáveis pela cidade se tornar assim foram Willian Shakespeare e Franco Zefirelli, com a história de amor mais conhecida de todos os tempos: Romeu e Julieta. Mas não é apenas isso que me fez conhecer a cidade. Ela também possui uma arena, um espetacular anfiteatro romano que é bem mais conservado do que o Coliseu.

Andar pela ruas de Verona é se deparar com várias sacadas, cada uma ao seu estilo mas nenhuma delas se tornou tão famosa quanto a varandinha onde Julieta debruçava-se para ver Romeu no belíssimo e inesquecível filme que vale mais pelo que representa no imaginário das pessoas do que de fato é do ponto de vista arquitetônico.

A casa de Julieta é uma das atrações mais famosas de Verona, mas certamente não faz jus a tanta fama. Ela foi apenas o cenário escolhido pelo cineasta para filmar a linda e bem contada estória. Vale a pena a visita, conhecer o interior da casa e alguns dos cômodos onde foram rodadas as cenas do filme, entre eles o quarto com a cama e as roupas que o casal usou. Na entrada da casa, existe o maior aglomerado de testemunhos e declarações. Dizem que escrevendo o nome do casal, se perpetua o amor. Bom, fui sozinho mesmo.

No pátio onde fica a casa de Julieta, fica uma estátua de bronze e acima a varanda que se tornou a varanda mais famosa do mundo depois que Zefirelli filmou o romance de Shakespeare. Um dos maiores micos que um turista pode pagar é em tirar uma foto com a mão nos seios da estátua de bronze. Pela foto é possível ver a parte já “lustrada”.

Outro ponto interessante é a Piazza Bra. Ao chegar nela se cruza por um portal construído no século XIII o Portoni della Bra e a sua Torre Pentagonal construída no século XII. O nome “Bra” deriva da palavra “Braida” que, em veronês significa “amplo espaço aberto”.

Nela vê-se a impressionante Arena, um coliseu belíssimo com sua estrutura de arcos de pedra e tijolos. Construído no século I a.C. é o terceiro maior anfiteatro da Itália, com capacidade para 25 mil pessoas, símbolo máximo da cidade.

Próximo dali, está o Castelvecchio que fica a beira do Fiume Adige. Construído no século XII por Cangrande II della Scala, foi a sua residência pessoal. A Ponte Scaligero, que pertence ao castelo, é o que restou da época medieval durante o império romano. Durante as guerras napoleonicas (Séc. XVI), o castelo serviu como estada a Napoleão durante suas viagens a Verona.

Outra ponte importante é a Ponte Pietra que cruza o rio em frente ao Teatro Romano. Este antigo teatro foi construído também no Séc. I a.C., num local elevado para ter uma bela vista do rio e da cidade.

A Piazza delle Erbe é uma das mais pitorescas praças da itália, o centro do Centro Histórico de Verona. Na praça há uma fonte, a Fontana de Madonna Verona, construída nos tempos medievais (Séc. XII), por Cansignorio della Scalla. Próximo à praça, há também a Torre Lamberti, a construção mais alta de Verona, com 84 metros, cuja construção iniciou-se no início do Séc. X mas levou vários anos para ser concluída. O Palázzo Mafei, do Séc XV, em seu topo podem ser vistas estátuas de seis divindades pagãs: Júpiter, Mercúrio, Vênus, Apolo, Hércules e Minerva.

Em frente ao Palázzo Mafei, fica uma coluna de mármore com a figura do Leão de San Marco, colocado ali no Séc. XIV, simbolizando as regras de Veneza que dominaram a cidade de Verona. Durante as guerras napoleônicas, ele foi retirado do topo e posto no chão, voltando ao seu lugar somente no Séc. XVII depois da unificação da Itália.

O Arco della Costa fica entre o Palazzo dell Comune e o Domus Nova. Ele conecta a Piazza delle Erbe com a Piazza dei Signori. O arco foi construído no Séc. XV e leva esse nome pois há pendurado uma costela de uma baleia que o decora.

Cruzando o Arco della Costa, chega a Piazza dei Signori. Nesta praça estão prédios importantes política, histórica e arquitetonicamente, os mais importantes palácios medievais de Verona, como o Palazzo del Comune, o Loggia del Consiglio, O Palazzo del Governo e o Domus Nova.

Há também a famosa Porta Bombardiera, construída no Séc. XV, ela dá acesso ao Palazzo del Capitano. O pátio tem estilos renancentista e gótico, com fachadas decoradas pintadas no Séc. XIV.

Próximo dali, há uma pequena igreja, chamada Santa Maria Antica. Defronte dela, pode-se ver o Arche Scaligere e as tumbas interessantes dos Scaligere, uma dinastia de nobres que governou Verona e a transformou num importante centro econômico do Séc. XIII. As Tumbas dos Scaligere, são talvez o maior exemplo de arquitetura gótica da cidade.

Verona tem também um importante centro de compras que deixa qualquer um com olhos brilhantes. Andar pela Via Mazzini é se deparar com várias lojas e boutiques de grifes famosas que se torna uma passagem obrigatória além dos pontos turísticos.

Bem, Verona é isso e mais um pouco. Vale a pena a visita!