terça-feira, 21 de setembro de 2010

Praia do Cabo Ledo

Enfim, um momento de lazer: praia, mar, ondas….. A costa oeste de Angola banhada pelo oceano, serviu por muito tempo como um refúgio de férias para os portugueses, época em que foi colônia.

Já a praia do Cabo Ledo, é muito frequentada por caucasianos. É muito raro encontrar um africano. Somente nesse lugar, pude perceber que a raça predominante no continente é bem inferior. É também considerada uma praia de surfistas pois as ondas são boas para essa prática.

Ao despertar numa manhã nublada, pairou uma dúvida no ar. Mas por fim, decidi ir com outros consultores e numa van seguimos viagem. Para cortar caminho, passamos pelos vilarejos mais humildes e me surpreendi tamanha precariedade que é a condição de vida desse povo humilde.

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Na estrada, haviam vários postos de comando. Por sorte ficamos boa parte do tempo atrás de uma camionete que atrapalhou a visão dos policiais. Nosso problema não é ser barrado mas sim autuado injustiçadamente, o que é uma prática comum, já que somos estrangeiros. Isso acontece frequentemente pois um policial não quer simplesmente checar as condições e documentos do veículo mas arrumar uma forma de ganhar um extra, “gasosa” como eles dizem por aqui. Se isso não acontece na ida, com certeza a volta é inevitável. E de fato aconteceu quando fomos abordados num bloqueio e para minha infelicidade, amarguei uma boa quantia em kwanzas para seguir o retorno de viagem ou, ficaríamos ali mesmo sem nenhuma condição de defesa ou assistência. Tanto essa como outras situações semelhantes nos evitam em sair mais para conhecer a cidade, embora não há nenhum entretenimento interessante, além claro, de sermos discriminados em alguns lugares. Mas basta sair para qualquer lugar e depararmos com um policial ou até mesmo uma pessoa de má fé que eles sempre pedem uma “gasosa”. Portanto, para não ter esse gasto extra, permanecemos na guest e assistimos a filmes, conversamos ou jogamos. Pelo caminho, além da mata, há uma grande quantidade de carros abandonados. É impressionante vê-los na margem da estrada depenados e esquecidos.

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Seguindo adiante, me deparei com uma ponte sobre o rio Cuanza. Ao passar por ela, chegaria a província de Bengo onde fica a praia. Poucos metros antes da ponte, parte da memória da Guerra Civil no período de 1.975 a 2.003 estava presente. Um carro de combate, também conhecido como “tanque de guerra” abandonado ali, como uma lembrança de tempos difíceis. Ele estava lá, em meio a mata, como se tivesse em plena luta armada, de tocaia, à espera do inimigo. As portinholas estavam abertas, simulando uma fuga, e a metralhadora calibre ponto 50 apontado para um alvo imáginário. A ação do tempo estava tomando posse desse monstro de ferro, imbatível nas guerras mas, para a natureza, nada é imbatível.

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A travessia segue e já na província de Bengo cruzo pelo Parque Nacional de Cuanza. Pela paisagem, náo há meio de vida animal silvestre por perto, a excessão de pouquíssimos pássaros. Minutos depois, cheguei ao destino. Uma praia pouco frequentada, quase deserta. Finquei bandeira num lugar e por lá curti o momento.

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